Nova medicina chamada nutrição na era web3

Arthur Lamblet Vaz
11 min readMar 12, 2022

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Como que esse gatilho entre outros criaram a startup: NutriAI

fonte: https://time.com/longform/food-best-medicine/

Sempre fui um praticante assíduo de esporte e desde muito cedo, comecei com o hábito de uma alimentação mais leve e saudável. Acredito que por eu sempre ter gostado de fazer atividade física, principalmente ao ar livre, descobri que a alimentação pode se tornar um belo de um aliado para manter ou melhorar a performance.

"A fruta não cai longe da árvore." — Desconhecido

Errou para quem achou que estudei nutrição ou alguma coisa ligada com alimentos. Confesso que até passei para engenharia de alimentos, porém como tinha muita química eu resolvi não cursar.

Contudo, mesmo que tenha me formado em engenharia de produção e me especializado em ciência dos dados, a alimentação saudável cruzou minha vida além dos meus hábitos. Em 2016 prototipei e dei início a Popai Snack, alimentação 100% natural, vegana, saborosa, grab-to-go e saudável.

Durante esse tempo que estava liderando a marca, me envolvia em todas as questões de GTM da marca. E um alimento saudável, um dos nossos aliados acaba sendo os nutricionistas, então pude me aproximar de inúmeros profissionais da área e percebendo um viés, movimento para algo que não tinha tanta visibilidade.

O primeiro ponto é o diagnóstico do cenário em que vivemos, maioria das pessoas preferem ter hábitos, não só alimentares, não saudáveis e a sua consequência acaba sendo um desembolso com cuidados com a saúde maior. Economia comportamental já estudou esse tipo de postura, chamando-a de "present bias", onde as pessoas preferem recompensas imediatas do que de longo prazo, mesmo sabendo que a longo prazo pode não ter sido a melhor opção. Hoje o consumidor tem a sensação que uma alimentação saudável é mais cara e o mesmo, prefere alocar seus recursos financeiros em outros lugares não se dando conta que a longo prazo, o desembolso acaba sendo maior já que os tratamentos médicos para possíveis doenças que você pode desenvolver irão te custar além do dinheiro, tempo e nessa fase da vida, tempo acaba sendo o asset mais valioso.

fonte: https://time.com/longform/food-best-medicine/

The United States has some of the most robust programs in the world for people facing hunger. The Supplemental Nutrition Assistance Program (SNAP), for example, helps 20.5 million households stretch their budgets to purchase food. Recently, our study team wanted to learn whether SNAP saves money in health care costs. In a new study published in JAMA Internal Medicine, we found that people who are enrolled in SNAP have health care expenditures that are, on average, $1,400 less per year compared with similar people who are not enrolled in SNAP. Source: https://time.com/4962475/nutrition-snap-health-care/

Segue alguns livros conhecidos que abordam a temática da influência da nossa alimentação na vida em que vivemos e no desenvolvimento de complicações na saúde. Deixarei juntamente o link para compra na Amazon.

Fonte: Link Amazon
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A boa notícia é que o brasileiro está acordando e vendo que a sua preocupação com a saúde de forma preventiva precisa estar em dia. Reforçado pelo fato da pandemia COVID19 que mostrou para a população, pessoas com hábitos saudáveis teve uma resposta melhor, sem considerar as pessoas com doenças crônicas.

E uma outra notícia que acaba somando no argumento, é que a procura por dieta no google está em uma tendência de queda há 5 anos. Esse fato, nos faz acreditar em algumas hipóteses podem estar influenciando esse comportamento:

  • Interesse do consumidor em se "auto medicar", seguindo dietas por conta própria está diminuindo. Um pouco provável já que a busca em termos similares estão apresentando a mesma tendência.
  • Mindset imediatista da dieta para um estilo de vida saudável de longo prazo é algo que os consumidores tem buscado. Um pouco provável, já que não vemos a correlação inversa no termo de busca relacionado a esse tema crescendo.
  • A popularidade e o crescimento dos geradores de conteúdo nas redes sociais. É o que eu mais acredito, já que o consumidor gosta de consumir informação pronta, final, quando o assunto não é do interesse pessoal.
Google trend

Também observarmos o interesse no estudo sobre a nutrição da parte das pessoas que estão ingressando a faculdade. Segue uma matéria falando sobre o aumento mais de 100% no número desses profissionais (AQUI), antes mesmo do COVID19. Fazendo acreditar que a pandemia pode ter acelerado ainda mais esse movimento.

Abaixo conseguimos perceber a rápida evolução no número de nutricionistas no Brasil.

Fonte: http://pesquisa.cfn.org.br/

Depois de constatar os fatos listados a cima, surgiram dois comportamentos que chamaram a minha atenção. O primeiro é uma hegemonia na opnião sobre o consumidor lendo o rótulo. Como eu esperava, em sua totalidade alega que o consumidor não entende quais são as informações priomordiais a serem interpretadas na embalagem dos produtos. Devido a esse fato, vários nutricionistas costumam fazer vídeos em suas redes sociais explicando o rótulo de produto.

Depois me interessei em saber a característica desse profissional e encontrei que sua média de pacientes está entre 20–100 e o salário médio do nutricionista é de R$ 3.000,00.

Com todas essas informações sendo válidadas com o passar dos anos cada vez mais, meu espírito empreendedor não sossegou. Mantendo sempre o meu propósito que é levar saúde para maior número de pessoas e agora podendo agregar ainda mais a minha maior paixão que é a tecnologia.

Mas para isso precisava validar o que eu já suspeitava ser verdade. Tudo que é indicado|recomendado, aumenta drásticamente suas possibilidades de venda. Como falei no começo desse artigo, as pessoas são preguiçosas de ativar seus Sistema 2, como o Daniel Kahneman se refere a parte pensante do cérebro. As decisões por impulso são incentivadas por gatilhos e o melhor gatilho é a opnião de alguém que já comprou. Você já reparou que pelo menos uma vez na sua vida você já perguntou para o vendedor, sobre o produto que você estava com intenção de comprar:

  • Pessoal tem gostado?
  • Esse é o que vende mais?
  • Qual a diferença desse para o que vende mais?
  • É gostoso?

Realizando a minha pesquisa para entender um pouco mais sobre os impactos das avaliações dos consumidores no ecosistema e se o hábito de realizar avaliação é algo que é possível de se manter crescendo em termos de aderência. O resultado foi bastante satisfatório e coesos entre si, porém o report abaixo na minha opnião consegue reduzir de forma clara os principais takeaways:

  • A interação de revisão aumentou 50% em relação aos níveis pré-pandemia. É um dos muitos sinais que demonstram a maior sensibilidade dos consumidores sobre onde ir ou o que comprar após a pandemia.
  • Os avaliadores exigem maior valor das empresas. Avaliações que falam sobre valor tendem a ser mais críticas do que avaliações que falam sobre outros aspectos da experiência do cliente (produto, serviço, localização).
  • De acordo com um relatório do Search Engine Land, as empresas com mais avaliações geram 54% mais receita. Além disso, aqueles com mais do que o número médio de avaliações geram 82% mais receita anual do que empresas com quantidade de avaliações abaixo da média.
  • De acordo com uma pesquisa sobre classificação de 5 estrelas da Northwestern, as compras são mais influenciadas por avaliações com uma classificação média de 4,2 a 4,5 estrelas de 5 — , tornando esta a classificação média de estrelas ideal para probabilidade de compra.
    As avaliações, tanto positivas quanto negativas, contribuem para a confiabilidade da sua marca.
  • Uma pesquisa da Trustpilot mostra que até 62% dos consumidores dizem que não apoiarão marcas que se envolvem em censura de resenhas.

As avaliações são uma realidade na internet há bastante tempo, quase todos os serviços online existem hoje a possibilidade de consultar e deixar um review sobre a experiência vivida com a aquisição de um produto ou serviço. Amazon, Yelp, Ebay, Facebook, Which?, Angie’s List, ConsumerReports, Google, Foursquare, Trustpilot, Choice, Mercado Livre, Airbnb e Tripadvisor são alguns das mais famosas empresas que se beneficiaram com o serviço de avaliação para o usuário. No artigo da Hubspot a seguir, é possível encontrar mais exemplos:

Perfeito até agora tenho clareza de como ajudar as pessoas levando informação sobre o que elas estão comendo e como consigo ajudar a melhorar a renda das nutricionistas, imagina só uma profissional que tem o salário médio e conseguir prover um incremento de 10% em sua renda? Ou de conectar esse mesmo profissional, com possíveis pacientes ao redor do mundo de forma escalável? Somado ao fato de conseguirmos levar a informação para a indústria e potencializar as marcas que vende a saúde de verdade, sem mascarar para o consumidor.

Ajudar também as empresas a identificarem de maneira clara, o que precisam melhorar para entregar mais valor nutricional para o seu consumidor, podendo ir além… como vim da indústria, sei como prezam outras informações como preço, sabor e a distirbuição do seu produto.

Ou yeah….. estamos chegando perto do momento Eureka, contudo preciso fechar mais um ponto primordial que é a tecnologia.

Hoje em dia não tem como falar de tecnologia sem mecionar pelo menos esses dois nomes: Inteligência Artificial e Web3.

Para o pessoal das antigas, lembra de eMule…Popcorn, Pirata Bay? Então todos eles funcionavam de maneira descentralizada com os dados e por isso conseguiam oferecer sem custo o downloads de diferentes tipos de arquivos de maneira veloz.

Para entender melhor como funciona essas empresas no conceito "peer-to-peer", blockchain e conexão descentralizada podemos associar ao caso do Emule que pode ter um servidor, contudo para um melhor desempenho eles exploram Kademlia Network (Kad), que é um tipo de arquitetura de rede descentralizado — Pretendo compartilhar mais artigos de tudo que venho estudando sobre o tema de web3 e blockchain, mas para facilitar segue alguns recortes que fiz de um site porque achei bem didático:

Fonte: http://emuledeaaz.free.fr/en/howworks.html

Então não faz sentindo pensar em criar algo baseado na tecnologia sem considerar web3. É como se largasse em uma corrida já no último pelotão.

Fonte: https://twitter.com/logikcrypto/status/1422594023043239936?lang=cs

Mas junto com a revolução da web descentralizada, vem a economia descentralizada. As pessoas estavam conseguindo ganhar dinheiro na web2 mas, com a web3 ficará mais fácil e acessível a possibilidade de você ganhar dinheiro. Não estou falando só do fato que todos conseguem comprar diretamente "papeis"="token" das empresas web3 mas também usufruindo de seus serviços como jogos. Inúmeros jogos trazem com eles a modalidade "play-to-earn", como o Axie Infinity que ficou o mais famoso nesse ramo.

Se quer saber mais sobre esse tema, manifesta o seu interesse que irei compartilhar ainda mais. Além de entusiasta sou investidor acumulando ROI de mais de 600% em alguns projetos investidos desde 2019.

Portanto sim, conseguimos associar o web3, tokenização e o "use-to-earn" ao invés do "play-to-earn" agora só falta a parte que eu mais gosto, que é inteligência artifical. Como que conseguimos fechar o quebra cabeça com essa última e não menos importante peça?

Trazendo um recap sobre meu interesse pessoal, venho estudando desde 2014 o tema e acumulando projetos, trabalhos, cases de aplicações e desenvolvimento de aplicações. Por volta de 2016–2017, fiz um algoritmo que basicamente ele tem dois objetivo:

1 — Entrar em sites de receitas e realizar um scraping dos ingredientes utilzados com porcionamento e se aquela receita teve um bom eganjamento independente da onde ele encontrou. Em seguida utiliza técnicas de associação para entender a verossimilhança dos ingredientes e me entrega um score bayesiano considerando associações multicamadas: X1:X2, X1X2:X3, X1X2X3:X4 …. (sim, não sou da escola da estatística clássica mas sim bayesiana, nada 100% certo)

2 — Uma outra vertente sua é procurar em marketplaces feedbacks, comentários sobre a categoria desejada e aplicar um feature engineer no NLP dos dados capturados. Com objetivo de encontrar vieses de consumer centric, aplicando no processo de P&D da marca Popai.

Já em 2019 eu junto com meu atual sócio José, doutor em ciência da computação, apresentei uma ideia de um projeto e ele viu um grande potencial como eu. José teve a maestria de liderar essa frente para entregar uma solução focada da UX, além do fato de como éramos apenas eu e ele, consegui somar com um algoritmo de smart database. Tivemos muita sinergia e apresentei outras pessoas como um ex presidente da indústria de alimento, um vice presidente, uma fundadora de uma consultoria de marketing para empresas multinacionais. Todos de cultura diferentes, países e cidades diferentes além do fato de sermos de gerações distintas. Como o Luiz sempre diz, o improvável de acontecer, aconteceu 100% diversificados.

Agora já contamos com o envolvimento das duas maiores intituição de nutrição do país, colocando a "rivalidade" de lado e embarcando no projeto mostrando como a solução proposta tem uma grande valia vindo de pessoas com anos de experiência no setor.

Por fim, já conseguimos além de entregar um UX excelente, incluímos no coração da nossa solução, um algoritmo que ajudará entre outras coisas:

A entregar a melhor solução para o usuário em termos de produto alimentício, independente qual seja o seu objetivo.

Vem aí….

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Arthur Lamblet Vaz

Surfista, natureba e engenheiro de produção com ênfase em Data Science🌱🌍♻️